Peripécias gastronômicas da Grécia

Por Yara Bohana

 

Se tem uma coisa que faz a Grécia inesquecível, fora suas belas praias de mar azul, é a gastronomia do país. Tornando a típica comida mediterrânea o mais simples e caseira possível, os gregos dão sabor à comida com a combinação chave entre especiarias e ervas fresquinhas, limão e o azeite de oliva, tão comum no país.

Apesar de ser tradicionalmente composta por frutos do mar e vinho, a culinária grega sofreu as influências do mundo globalizado, resultando hoje num mix interessante entre a comida do Mediterrâneo Oriental, Itália e península balcânica.

Os peixes são deixados para o litoral enquanto no resto do país predominam carnes como a de carneiro, cabra e ovelha, afinal, as terras da Grécia não são férteis o suficiente para dar de comer a um gado bovino. Em compensação, são feitos deliciosos pratos com legumes e frutas como berinjelas, abóboras, pepinos, quiabos e tomates; isto porquê o país é um excelente produtor de frutas e hortaliças, exportando grande parte para toda a Europa.

O tempero utilizado pelos gregos é simples e na medida certa: acertam ao aproveitar o azeite de oliva, abundante no país, costumam usar limão em quase tudo e utilizam ervas frescas para dar o toque de sabor especial aos pratos. Também gostam de ousar e misturar o doce com o salgado, criando uma experiência gastronômica que só os paladares mais sensíveis podem apreciar.

A essa altura do campeonato, você deve pensar: “E o iogurte? Não é da Grécia?” Bom, na verdade, ele tem origem nos Balcãs (aquele que eu disse que influenciou na gastronomia grega), mas a Grécia se destaca como produtora do melhor iogurte em toda a Europa. Os gregos gostam de apreciá-lo com as deliciosas frutas produzidas no país e o mel grego, que também se destaca e é exportado para todo o continente.

No quesito comida, já deu pra perceber que o país é sortudo, não é? Ele é autossuficiente no que se refere à produção de comidas deliciosas, tanto na pecuária, quanto na pesca e na plantação.

Quem merece destaque especial é o queijo, que não é suíço nem francês, mas está à altura. Os queijos gregos são diversos e se destacam o feta (feito com leite de cabra), famoso no mundo inteiro, e queijos como os típicos Graviera de Creta, Kaseri e Kefalotiri. Não podemos esquecer dos queijos defumados de Metsovo, que são servidos derretidos para comer com pão ou crepes.

Um hábito interessante do povo grego é o de não beber sem comer. Geralmente acompanhados da bebida típica do país, o ouzo (destilado transparente de uva com anis), são servidos os Mezédes, que são comparáveis às tapas espanholas por serem pratos de entrada, de petiscos. 

Alguns exemplos inusitados de Mezédes são o tzatziki (coalhada de pepino com alho), o dolmadakia (charutinhos de folhas de uva), e os ouriços do mar servidos com azeite e limão.

Para quem gosta de doces, não precisa ficar preocupado(a): a Grécia reserva sobremesas incríveis como o bougátsa (doce de creme ou queijo com canela e açúcar) e os baklavás (mil folhas com amêndoas), além de ser uma grande produtora de figos, espalhados por todo o país e tomando conta do aroma das ilhas na época entre agosto e setembro.

Baklavá

 Para fechar com chave de ouro, não podemos esquecer de citar os vinhos gregos, com destaque para as uvas assirtico, atiri e aidani, cultivadas surpreendentemente em solo vulcânico e o moscato, famoso no mundo inteiro.

Falar de gastronomia grega dá água na boca e curiosidade para provar os pratos, pois o país se diferencia um pouco da culinária comum e já conhecida dos outros países europeus. Degustar um bom ouzo com ouriços do mar no pôr do sol de uma das ilhas paradisíacas do país é, sem dúvidas, uma experiência excepcional.

Eu apoio as viagens como experiências gastronômicas, porque só assim conhecemos verdadeiramente a cultura de um local. Por isso, na sua próxima viagem ao Mediterrâneo, não esqueça: passar na Grécia e aproveitar tudo de bom que ela tem para oferecer é um must-do indispensável!